Rede de Combate ao Racismo debate desafios e perspectivas com Cássio Martins

Um conjunto de representações da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa da Bahia participaram nesta sexta-feira (19), de maneira virtual, do debate “Desafios e perspectivas para o funcionamento de uma rede de políticas transversais”, organizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). Participaram do evento membros de diversas instituições do poder público e da sociedade civil da Bahia, Sergipe e Paraíba com atuação nos campos das políticas afirmativas e das mulheres negras.

A atividade integra um conjunto de ações voltadas ao fortalecimento das instâncias que atuam na formalização, articulação e efetividade de políticas para a população negra, sobretudo o fortalecimento da Rede de Combate ao Racismo da Bahia. “É importante termos este instrumento, o espaço que é a Rede, com membros de diferentes esferas e seus processos de resistência, mantendo uma dinâmica de funcionamento em cooperação. É uma oportunidade de estarmos ainda mais integrados, propositivos, cada uma em sua atribuição institucional, fazendo seu trabalho no campo da igualdade racial”, ressaltou da titular da Sepromi, Fabya Reis, na abertura dos debates.

O facilitador foi Cássio Martins, jornalista, professor nas áreas de comunicação e cultura, com mais de 20 anos atuando em pesquisas e consultorias na temática de funcionamento de redes, tendo diversos livros já publicados. Iniciando a abordagem, o professor destacou que “o modelo organizacional em redes nasce no Brasil a partir das experiências da sociedade civil, na lógica da democracia, da desconcentração do poder”. Segundo Martins, o poder público adotou este modelo como estratégia de expansão das políticas públicas. “É importante destacar que o Estado tem um papel da intensificar o trabalho em rede, fomentar o surgimento e manutenção destas instâncias”.

O professor ressaltou, ainda, que a dinâmica de funcionamento da Rede de Combate ao Racismo da Bahia pode, sempre, possibilitar resultados exitosos pelo seu caráter diverso e democrático. “Trata-se de uma forma de organização não-hierárquica, no sentido colaborativo, autônomo, de forma horizontal. Este é um ponto fundamental quando se trata de uma rede para combater o racismo. Tem um impacto direto no seu funcionamento. É pensar o fluxo, construir processos capazes de superar os limites institucionais de cada ente”, pontuou.

Avançar no combate ao racismo

A secretária disse que o objetivo central da Rede é avançar nas políticas de combate ao racismo e à intolerância religiosa, aprimorando instrumentos e marcos legais, por exemplo. “É importante seguirmos sensibilizando a população para a denúncia, pois o racismo faz vítimas todos os dias. E nesta rede poderemos continuar dando substâncias ao conjunto dos seus órgãos, sistematizando ainda mais nosso trabalho. Neste contexto de pandemia que vivemos, onde as desigualdades estão evidenciadas, precisamos atuar cada vez mais em rede, garantindo proteção e preservação dos direitos da população negra”, afirmou Fabya.

Amplas representações

O debate contou com a participação de dirigentes do Centro de Referência Nelson Mandela, coordenações executivas da Sepromi, Ministério Público do Estado (MPE), Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), secretarias estaduais, prefeituras, dentre outros órgãos, além do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e organizações da sociedade civil.

Ao final do evento foi formada uma comissão para planejamento das atividades da Rede no próximo período, com plano de ação estabelecido e calendário de encontros periódicos.

 

Link da matéria: http://www.sepromi.ba.gov.br/2021/02/2639/Rede-de-Combate-ao-Racismo-debate-desafios-e-perspectivas-com-Cassio-Martins.html