Iniciado projeto voltado à juventude negra no Território Metropolitano de Salvador

Foi aberto nesta quarta-feira (10), em Salvador, o Projeto Ubuntu: Fortalecimento institucional pela vida da juventude negra, realizado pelo Governo da Bahia, através da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), voltado à capacitação de servidores públicos e técnicos da administração municipal, dirigentes de organizações da sociedade civil e membros de conselhos de direito, em temas focados no combate ao racismo institucional e enfrentamento a vulnerabilidade da juventude negra.
Participam do evento municípios do Território Metropolitano de Salvador, entre eles Camaçari, Lauro de Freitas, Simões Filho, Candeias, Dias Dávila, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, Madre de Deus, Pojuca, Itaparica e representantes da própria capital. A ação é fruto de convênio com a Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SNPIR), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos.
A titular da Sepromi, Fabya Reis, ressaltou que as atividades reforçam o calendário do Novembro Negro da Bahia, por meio de debates potentes e abordagens de conteúdos que permitem instrumentalizar os participantes para atuação nos municípios, com repercussão nos seus territórios. “São contribuições fundamentais para o fortalecimento institucional das políticas destinadas à juventude negra baiana. Uma mobilização que possibilita avançar no combate ao racismo institucional e na discussão acerca das questões centrais que dizem respeito à juventude negra”, pontuou a secretária, saudando o conjunto de prefeituras integradas no projeto, debatedores, conselheiros e organizações parcerias.
O secretário da SNPIR, Paulo Roberto, destacou a transversalidade dos temas com a esfera da educação. “O empoderamento da juventude passa, necessariamente, pela necessidade da formação, da qualificação de todas as pessoas que tratam das políticas públicas. Este projeto vai permitir, a médio e longo prazo, avançar nas políticas de desenvolvimento econômico deste público, inclusive”, afirmou o secretário.
 
Enfrentar a gravidade do racismo e as desigualdades
Para o superintendente de Políticas Públicas para a Juventude de Simões Filho, Matheus Bacelar, as discussões são imprescindíveis, sobretudo para o combate às desigualdades históricas que afetam a juventude negra. “Este evento é de grande relevância porque o racismo é um problema grave. Por isso, entendo que a juventude precisa ser protagonista neste enfrentamento e na disseminação de novas ideias. Isso é fortalecer redes para que nossos jovens tenham mais voz e vez, além de oportunidades de viver de forma digna, com qualidade de vida, caminhando para realização de sonhos”, defendeu.
Participou da abertura do evento, ainda, o subsecretário da Educação do Estado, Danilo Melo, que ressaltou a urgência em concentrar esforços dos diversos setores da sociedade pela formação e inclusão plena da juventude, tarefa que, segundo ele, não poderá estar dissociada das políticas de educação de qualidade, do enfrentamento às desigualdades sociais históricas que atingem os segmentos mais vulnerabilizados.
 
Mesas e oficinas abordam temas cruciais
No primeiro dia do projeto, na sequência da mesa oficial de abertura, foi realizado um seminário sobre políticas públicas para a juventude negra, momento que contou com a participação da coordenadora de Políticas para a Juventude da SJDHDS, Fernanda Sampaio; da liderança quilombola e secretária de Assistência Social de Bom Jesus da Lapa, Juliana Vaz; e do ativista do Movimento Negro Unificado (MNU), Icaro Jorge.
Até sexta-feira (12) o projeto conta, ainda, com uma ampla programação de debates e formação, por meio de oficinas, trazendo temas que perpassam pela histórica da diáspora africana e formação da cultura afro-brasileira, racismo, teorias raciais, Estado, legislação escravista, leis abolicionistas, composição étnica da sociedade brasileira, dentre outras abordagens.