A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), por meio da Superintendência de Políticas para os Povos Indígenas, participou do painel “Povos originários em cena”, realizado na noite desta quinta-feira (13), no Cinema do Museu Geológico da Bahia, localizado no Corredor da Vitória, em Salvador. Iniciativa da Rede Bahia, o evento foi uma homenagem à história e cultura dos primeiros habitantes no Brasil.
Na programação, a exibição do documentário oriundo da série “Uma História Chamada Salvador”. O projeto audiovisual, gravado durante a pandemia, passeia pela história e raízes da primeira capital do país com um recorte diretamente para os povos indígenas.
A noite contou com uma roda de conversa formada por indigenistas e profissionais que lutam também pela narrativa importante e histórica do Brasil. O coordenador de Políticas para os Povos Indígenas da Sepromi, Jerry Matalawê, a escritora e pesquisadora indígena Ane Kethleen Pataxó e o jornalista e advogado Felipe Milanez debateram a relação dos indígenas com portugueses na época do Brasil colonial, as lutas dos povos originários e o atual cenário de luta pela terra que acontece em diferentes regiões da Bahia. A mediação do painel foi feita pelo jornalista Mauro Anchieta.
Jerry Matalawê defendeu que a história dos povos originários não seja mais invisibilizada. “É preciso ter memória para ter identidade. O acolhimento e o conhecimento sobre a nossa verdadeira história traz a possibilidade de poder conviver de maneira harmônica. Eventos como esse mostram, ainda mais, que os povos indígenas estão em todos os lugares”, destacou.
Ane Kethleen Pataxó reforçou que o evento colocou em pauta assuntos que geralmente são esquecidos, como a demarcação de território. “Sem terras a gente não pode viver, não tem como ter saúde, educação de qualidade, não tem como viver em paz. É sempre aquele medo de ser expulso de nossas próprias terras, nossas casas serem destruídas, como já aconteceu. É necessário sempre lembrar à sociedade que estamos aqui, lutando pelo nosso direito e também pela mãe terra, que é a casa de todos nós”.
Repórter que narra a história do documentário, Mauro Anchieta, contou que a realização do projeto foi um grande aprendizado. “Isso faz com que a gente cumpra integralmente o nosso papel como imprensa. Nossa missão é justamente fomentar essa discussão, né? Lançar luz sobre temas sociais e relevantes que muitas vezes não conseguem ser visibilizados”, pontuou o jornalista.
A superintendente de Políticas para os Povos Indígenas da Sepromi, Patrícia Pataxó, também marcou presença no evento.