O Ministério da Igualdade Racial iniciou, nesta quarta-feira (19), no Instituto Anísio Teixeira, em Salvador, o primeiro encontro regional do programa Abre Caminhos. A iniciativa, que segue até hoje (20), tem o objetivo de ouvir líderes e comunidades tradicionais de matriz africana e povos de terreiro, a fim de desenvolver políticas de enfrentamento ao racismo religioso que afeta fiéis das religiões afro-brasileiras em todo o país.
“É muito simbólico iniciarmos os encontros regionais Abre Caminhos na Bahia, pois é um dos estados brasileiros onde a presença dos povos de matriz africana e de terreiro é mais forte, mas também é onde o racismo religioso se manifesta com toda a sua intensidade”, disse a ministra Anielle Franco.
A secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais, Ângela Guimarães, prestigiou a abertura do evento e destacou a importância de realizar campanhas de conscientização e ações legais contra a discriminação. “Na Bahia, o Centro de Referência Nelson Mandela já registrou 25 denúncias de intolerância religiosa em 2023, quase todas referentes às religiões de matriz africana. O dado revela a necessidade de reforçar as políticas públicas contra a discriminação dos povos de terreiro”, defendeu.
Representantes de Alagoas, Bahia e Sergipe estão participando do encontro regional do encontro. Juntos, os três estados possuem cerca de 2 mil comunidades de matriz africana, somando um total estimado de 160 mil pessoas. Durante as discussões em grupos de trabalho, a equipe da Diretoria de Políticas para Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Povos de Terreiro está sistematizando as demandas apresentadas, cumprindo a primeira etapa do Grupo de Trabalho Interministerial de Enfrentamento ao Racismo Religioso.
Após a realização de todas as etapas dos encontros regionais, um encontro nacional será realizado em Brasília, culminando com o lançamento do programa de enfrentamento ao racismo religioso do governo federal.